O presidente do Sindicato da Indústria Madeireira e Moveleira do Vale do Uruguai (Simovale) Ilseo Rafaeli e membros da diretoria participaram recentemente de uma missão internacional à província de Misiones, na Argentina. A visita foi viabilizada inicialmente em parceria com o coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, sendo possível que o Simovale realizasse uma missão à Argentina com intuito de conhecer e apreciar a qualidade das matérias-primas voltadas ao setor moveleiro. O objetivo é atender a demanda das empresas da região e também avaliar os processos de produção de madeira para aprimorar o mercado – modelo de indústria, de material e tecnologia empregada.
O presidente da entidade, Ilseo Rafaeli, relata que Misiones conta com uma enorme floresta de pinus e outras espécies nativas que permitem a extração em manejo. “Encontramos muito pinus elliottii – incluindo um híbrido, com qualidade superior ao pinus existente na nossa região. É um convite ao estudo dessa matéria-prima. Dessa forma, almejamos construir, juntamente com empresários da indústria madeireira argentina, um processo de comercialização bilateral. Um dos fatores levados em consideração relacionou aspectos políticos, visto que os presidentes de ambos os países estão alinhados para um fortalecimento mercantil no Mercosul e, por isso, apostamos nestas negociações”.
Rafaeli afirma que a visita foi extremamente proveitosa. “Fomos muito bem recebidos pelos cerca de 30 industriais argentinos – gabaritados e avalizados pelo agente propulsor de negócios do governo, o que nos dá garantia da seriedade das empresas. Visitamos indústrias nas quais pudemos conhecer desde os viveiros onde se preparam as mudas para as florestas de pinus e outras variedades até o processo fabril. O que nos chamou a atenção é o fato de eles já trabalharem com florestas conduzidas há mais de 30 anos, o que garante um produto de melhor qualidade, até mesmo em função do clima na região e das vastas florestas”, ressalta.
Os empresários do Oeste catarinense também conheceram a maior usina termoelétrica de biomassa na Argentina, onde se produz – com os resíduos da indústria madeireira – 3.500kW/mês. “Pudemos acompanhar, portanto, desde o processo inicial de plantio das mudas, até a utilização de resíduos da indústria e ver de que forma eles lidam com isso”, acrescenta Rafaeli.
Durante os dias de missão, a comitiva visitou seis indústrias de médio a grande porte, com tecnologia aplicada de alto nível e capacidade enorme de produção de madeira que variavam de 2000m³/mês e outras de até 8000m³/mês, agregando também partes de produtos – que é o que levou a equipe do Simovale a visitar essas indústrias.
“O que determinará os negócios agora serão as políticas de preço e a necessidade de cada moveleiro do polo. Posteriormente levaremos estas informações a todos os associados do Simovale e já estamos organizando uma missão reversa, na qual os empresários argentinos virão para conhecer o potencial produtivo da indústria moveleira da nossa região, aumentando ainda mais a viabilização de negócios. A nossa visita foi um primeiro contato de reconhecimento e, daqui para frente, buscaremos estreitar essa relação estabelecida”, explana o presidente da entidade.
Em Eldorado, os empresários foram recebidos por Jerónimo Lagier, coordenador da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Territorial em Misiones e que representou o Secretário Nacional de Agroindústria da Argentina. Eles participaram de uma reunião com cerca de 20 empresários ligados a Asociación Maderera Aserraderos y Afines del Alto Paraná (AMAYADAP) a fim de trocar informações e experiências da área empresarial e produtiva de ambas as regiões, incluindo temas como reforma trabalhista, aspectos políticos, mercado, entre outros.
“Foi extremamente enriquecedor poder conhecer tecnologias mais avançadas e também produtos de alta qualidade, principalmente saber que temos isso bem próximo de nós. Aguardamos agora por uma viabilização alfandegária que nos permita uma troca de produtos e serviços mais viável financeiramente a fim de facilitar o livre comércio entre os países”, finaliza Rafaeli.